
Carlos Eduardo Severini, presidente da associação de atacadistas, fala em perdas para o pequeno varejo se operação for adiante
A proposta de união entre o Pão de Açúcar e o Carrefour, se efetivada, deve criar o terceiro maior varejista de alimentos do mundo. Se há quem ganhe com a operação, há também seus mártires - e nesse grupo tendem a figurar atacadistas e varejistas de baixo poder de fogo, segundo Carlos Eduardo Severini, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad). "Hoje, observamos no Brasil um saudável equilíbrio na cadeia de abastecimento", afirma o dirigente, que faz a ressalva: "a quebra desse equilíbrio tende a afetar principalmente o pequeno e médio varejo independente, que abastece as classes C, D e E".
Leia a seguir a entrevista de Severini ao iG:
iG: O que muda para atacadistas e distribuidores se a fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour se concretizar?
Carlos Eduardo Severini: O negócio em questão geraria uma inédita e importante concentração do mercado varejista brasileiro ao unir as duas maiores redes em operação no País. Hoje, observamos no Brasil um saudável equilíbrio na cadeia de abastecimento. A quebra desse equilíbrio tende a afetar principalmente o pequeno e médio varejo independente. Isso é preocupante porque o varejo independente é um grande gerador de empregos e é o principal responsável pelo abastecimento das populações das classes C, D e E em todo o País.
iG: Somadas, as duas redes não têm uma concentração muito grande em todo o país de forma homogênea (há Estados em que elas sequer têm lojas), mas isso acontece especialmente em São Paulo. Estaria no mercado paulista um eventual empecilho para a concretização do negócio?
Severini: Sim, mas os maiores empecilhos são de outra ordem. A rigor, o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgão antitruste ligado ao Ministério da Justiça] não poderia aprovar essa fusão. O Casino [atual sócio do Pão de Açúcar, com o qual está em litígio] dificilmente vai facilitar as coisas e a injeção de dinheiro pelo BNDES também me parece problemática.
iG: O que acontece com o cotidiano de atacadistas e distribuidores em uma operação como essa pretendida por Carrefour e Pão de Açúcar? O grupo chileno Ceconsud, por exemplo, que já era dono do GBarbosa, comprou o Bretas em 2010. O que mudou no cotidiano das associadas da Abad depois dessa operação?
Severini: Tendo em vista a importância econômica e social do pequeno e médio varejo independente, caso essa aquisição realmente ocorra, julgamos importante promover ações que valorizem e beneficiem esse pequeno varejo gerador de emprego. O Ceconsud não se compara ao presente caso. Além de GBarbosa e Bretas atuarem em áreas geográficas diferentes, sua participação no mercado não é muito significativa.
iG: Para distribuidores e atacadistas, quais os pontos negativos e positivos dessa operação?
Severini: A Abad acredita que a concentração de mercado nas mãos de poucas empresas não é benéfica para indústria, o pequeno e médio varejo, os agentes de distribuição e o próprio consumidor.
iG: O que muda nas bases de negociação entre atacadistas e varejistas?
Severini: Uma grande concentração certamente gera um grande poder de barganha com o fornecedor, beneficiando as grandes redes. Contudo, as bases de negociação do atacado com o pequeno e médio varejo, sua principal clientela, não deverá ser alterado. Até porque o segmento representado pela Abad apoia a indústria, o equilíbrio na cadeia de abastecimento, o pequeno e médio varejo e o que ele representa em termos de geração de empregos locais e capacidade de abastecimento das regiões mais distantes.
iG: Operações desse porte podem representar o fechamento de atacadistas e distribuidores?
Severini: A capacidade do segmento de adaptar-se às condições do mercado vem sendo comprovada ao longo dos anos. Creio que dificilmente ocorreria esse fechamento, pelo menos em grande escala.
iG: E operações desse porte no varejo de alguma forma estimulam fusões também entre atacadistas? Há algum sinal de que isso possa vir a ocorrer?
Severini: É cedo para fazer esse tipo de análise, não temos dados.
Patrick Cruz, iG São Paulo
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